produções, processos, vídeos
Pequenos gestos ou a pequena dança da mão direita
Quando a mão convida o braço para dançar
Pequenos gestos ou a pequena dança da mão direita
Rio de Janeiro, maio 2021
Essa dança se estende ao punho, polegar, indicador, dedo do meio, anelar, mindinho e unhas.
Entre rotações, contenções de movimento e expansões do mesmo, a mão passeia pelo espaço do papel (14,5 cm por 21,5cm)
A dança parte de uma prática de improviso que se alimenta de repetições, pausas, contraste (cima baixo, rápido lento, orgânico linear) cor, ritmo, sons e pensamentos intrínsecos e extrínsecos.
As partes dançaram penteando, friccionando, dedilhando, marcando, raspando, arranhando, ralentando, acelerando, soltando e contendo os gestos.
O pas de deux com os olhos temperou de cor e pigmentou a superfície.
Pequenos gestos ou a pequena dança da mão esquerda sobre a pequena dança da mão direita
Rio de Janeiro, junho 2021
Essa dança deriva do trabalho anterior. Agora a diferença está que a mão direita move-se pelo espaço do papel apenas com lápis pastel preto e quando essa movimentação termina abre-se o convite para a mão esquerda que dança com o lápis pastel branco.
Dar mais tempo ao tempo
uma confecção em vidro de uma ampulheta em espiral (no eixo e fora do eixo)
Rio de Janeiro 2021
trabalho em andamento
Babel: olhos que escutam ouvidos que olham: sopro e farpacelha
Rio de Janeiro 2021
trabalho em andamento
Esse trabalho tem como objetivo expor a potência da linguagem, do movimento e do corpo pertencente a todes. Para isso inicio o projeto a partir da minha própria voz, das minhas palavras em texto enquanto fio condutor para criar inicialmente um vídeo-audio-dança. A posteriori esse mesmo texto é interpretado em língua de sinais, podendo ser contemplado como uma dança, uma coreografia.
Pretende-se com esse projeto construir uma babel de linguagens. Por enquanto a babel se encontra bilíngue na interpretação de sinais (português e castelhano uruguaio), porém já é poliglota na tradução e voz dos textos: português de Portugal, inglês, espanhol, português Brasil e francês. Também conto com uma uma tradução do texto para os surdos poderem interpretar o trabalho e não apenas tradutores ouvintes fazerem o trabalho.
Quais as fragilidades humanas? Quais as fragilidades de vivermos numa pandemia? Quais as fragilidades das nossas ações cotidianas? Quais as fragilidades da nossa casa privada (quando ela existe) e da nossa casa coletiva (cidade, país, mundo)? Quais as fragilidades presentes no meio das artes? Quais as fragilidades das nossas ações politicas ao se fazer arte?
Cuidado Frágil
Rio de Janeiro, julho 2021
na Art Rio Rio de janeiro, outubro 2020
Fotografia e captação: Fernanda Modiano
MÃOS
Conversei com Luiza sobre um projeto. Ela trouxe a idéia de luvas com unhas de estilete.
Recebi no mesmo dia através do Arthur uma referência de um estilista. Encontrei uma jaqueta cheia de luvas.
Lembrei da minha festa de 15 anos e das minhas luvas acima do cotovelo.
Luvas de lycra, de cetim, de lā, de renda, com dedos, sem dedos.
Lembrei da luvaria Gomes na Barata Ribeiro que não existe mais. Adorava olhar sua vitrine.
Lembrei do frio e de nunca achar uma luva que de verdade esquentasse minhas mãos.
Lembrei das duas caixas de luvas descartáveis que comprei no início da pandemia.
Tinha um desejo: Ser mãos.
Mãos explícitas. Mãos infladas. Mãos tridimensionais. Mãos bicho. Mãos patas. Mãos tetas. Eu, arqui teta (nessa quarentena interrompi um fluxo de aproximadamente 10 anos de amamentação).
Tinha uma imagem: eu mãos num supermercado.
Um lugar tão necessário e de tanta paura de se estar nessa pandemia. Um lugar que não adentrei de março até início de setembro. Um lugar que para mim representava medo.
Um lugar em que a nossa ação está majoritariamente em nossas mãos, na pega , na escolha com as mãos, em consumir com as mãos, em empurrar carrinho com as mãos, em tirar produtos do carrinho com as mãos e enfileirar produtos na esteira do caixa com as mãos, em colocar produtos na sacola com as mãos, em usar as mãos para pagar seja com cartão ou dinheiro e carregar sacolas com as mãos.
Tive mãos de apoio nessa reflexação, mãos que costuraram, mãos que fotografaram, mãos que filmaram, mãos de Miguel. Obrigada por me dar suas mãos. E foi ele quem apontou a escolha do mercado: açaí na Tijuca.
Sobre Açaí: Um hipermercado, com estacionamento e que contem um espaço quase como um hall de entrada. Ali nessa ante sala com cadeiras e alguma pluralidade de sujeitos ficamos eu e Miguel a pegar as luvas, soprar, encher, dar nó para não esvaziar, pegar a linha, lamber a linha, enfiar na agulha, costurar, se furar um pouco, machucar os dedos dando nó em balão de mão. Foram aproximadamente seis horas de confecção e três de experimentação. Ao final as mãos estavam bem doloridas e cansadas. Só ali percebi que era mesmo sobre mãos, não apenas mãos na roupa ou na ação, mas o processo manual antecedente.
Mãos nesse contexto. Mãos em qualquer contexto.
Mãos diversas a cirandar.
Rio de Janeiro, setembro 2020
Fotografia e captação: Miguel Formigueiro
Rio de Janeiro, outubro 2020
Tinha um desejo: Ser mãos. Mãos explícitas. Mãos Murchas. Mãos na xepa da feira.
Este tipo de reflexação promove o diálogo, o encontro democrático. Para fazer acontecer esse projeto precisava esperar as luvas do supermercardo se esvaziarem para ir a feira. Foram necessários dois meses de espera. Ao longo do percurso muitos diálogos se estabelecerão e o interesse por nomeações: Não me toque! Mãos Bobas, COVID, Super Esterilizada, Estupro Culposo, Mulher Polvo, Galinha Pintadinha. Após transitar e fazer a feira, fiquei com a vontade de dançar com essa roupa, pois com as luvas murchas, mais soltas, me remetiam a franjas de uma melindrosa, mas não queria forçar esse tipo de movimentação; eis que surge uma roda de samba no fim da feira e a dança veio até mim.
Fotografia e captação: Clarice Rito
Tríptico de telas audio visuais
Rio de Janeiro, junho 2020
Limites
(fita crepe)
Plasticidade
(durex)
Desdobramentos
(fitas de demarcação de solo )
A idéia desse trabalho é um tríptico de telas áudio-visuais. Três telas iguais, porém cada uma projetando um vídeo diferente. Na primeira Limites (fita crepe), onde a pesquisa se deu início; depois Plasticidade (durex) e logo a seguir Desdobramentos (fitas de demarcação de solo). Em cada um dos vídeos me debruço através de uma prática de improvisação de corpo de maneira distinta sobre uma matéria similar, que é a fita adesiva, para ecoar ações de um campo híbrido entre a dança, a performance e o áudio- visual (campo/meio revelado necessário para seguir os trabalhos investigativos em época de isolamento social causado pela pandemia do coronavírus).
Limite Elástico
Rio de Janeiro, março 2020
Nesse momento emblemático do coronavírus 19
venho experimentAR uma dança da expulsão, do confinamento, da troca.
PensAR
CantAR
DancAR
FalaAR
ContAR
CozinhAR
LimpAR
LavAR
ConfinAR
TrocAR
ExercitAR
BeijAR
RespirAR
ConectAR
IsolAR
AmAR
TocAR
RISCO DA DANÇA
Enquanto existe uma projeção na qual eu risco meu corpo com um batom vermelho eu também em corpo presente projeto no meu corpo esse filme.
Dessa forma cria-se uma relação entre o eu projetado em mim, o eu projetado na parede, o eu refletido no espelho do filme, meu corpo projetado no
espaço/tempo em momento presente e a minha sombra.
Meu corpo apresenta vestígios vermelhos do batom riscado dois dias antes.
Uma relação entre imagem, luz, sombra, vestígios e alguns corpos de mim mesma.
Crio um diálogo em Dança com essas relações.
Lisboa, novembro 2019
nós
Lisboa, novembro 2019 - reperformance fevereiro 2020, novembro 2021 no Rio de Janeiro
Há aproximadamente 36 meses (desde abril de 2017) venho colecionando os nós do meu cabelo.
Começou a partir de uma reflexão a cerca de um hábito e de como colecionar este hábito. Mais do que um habito posso identifica-lo como um ritual.
Desembaraçar meus nós me dá um sensação física de alívio. E o interessante é saber que no minuto seguinte após desembaraçá-los já sei que eles se embaraçarão novamente.
O cotidiano de conviver com nós, desatá-los e deixá-los se criar novamente.
Se possivel ao final desta dança abrir o convite de criarmos os nossos próprios nós.
Se apropriar tambem da palavra nós enquanto massa de pessoas presentes e nos atarmos e desatarmos em corpo. Nós corpo. Nós coletivo. Nós movimento.
um corpo e/ou mais
Começo com um macacão largo e amarelo e no bolso dele vários balões de encher, de soprar.
Vou distribuindo os balões para quem os quiser e peço se possível para depois do balão cheio os colocarem contato com o meu corpo através do macacão.
Um corpo ou mais começa dessa relação desse convite com o outro e ter algo do outro corpo e que pode estar em mim.
Esses balões me fazem perceber um corpo para além do meu. Passo a ter/ser uma nova forma ou uma não forma de mim.
Danço o prelúdio de Tristao e Isolda de Wagner e com essa tensão me relaciono com esse ar contido, esse ar explosivo
Lisboa, novembro 2019 - reperformance fevereiro 2020 no Rio de Janeiro
Fotografia: Isadora Dantas
escassez e abundância
Lisboa, novembro 2019
O que te alimenta? Quem te alimenta?
O quanto te nutre? Quando é suficiente? Quando você está satisfeito?
Quais fluidos você pensa que existe dentro de você? Você sente nojo deles?
E em relação aos fluidos, líquidos de outras pessoas?
Você sabe o que é livre demanda?
O vídeo de dois momentos distintos do leite que sai e jorra do meu peito fica em loop projetado no teto enquanto faço o convite para todos estarem deitados assistindo ao filme. É fundamental essa relação espacial.
Enquanto o filme roda eu passo pelas pessoas vestida com a minha capa da doçura. Já fiz uma de algodão doce e a última que fiz foi de chocolate. A próxima gostaria de fazer de serenata do amor.
spaciality
Lisboa , setembro 2019
Esse vídeo pretende abordar questões relacionadas a dança dos corpos no espaço. E de como essa movimentação cria uma coreografia. Pelo fato dos corpos serem cubos brancos iguais fica subliminar a leitura das direções entre lado, frente e costas e a narrativa desenhada por eles.
Um ovo que ao mover se desenha.
Um outro risco da dança.
Um ovo que move se ao longo do funcionamento da escada rolante pública: Escadinhas da Saúde, Lisboa.
Esse trabalho nasce com a vontade de surpreender uma amiga num encontro. Decidi por um ovo.
movo
Lisboa , junho 2019
esperar o esperado
Lisboa , março 2019
Sabe -se que vai acontecer, só não sabemos quando.
O quanto antecipamos ou não nossas expectativas.
Lisboa , abril 2019
co(R)po
COLHER PARA PLANTAR LÁGRIMA
Exercitar a água músculo que pulsa e transborda
Levei cebolas para ajudar esse movimento. Ofereci um copo com terra para plantar e em meu corpo estavam cebolas e facas.
O convite se iniciava ao passar pela porta e oferecer um copo, uma faca e uma cebola. Nesse gesto o convidado automaticamente entraria em contato comigo. Depois essa experiencia do choro poderia ser individual ou coletiva.
capa
A capa é brinquedo, a capa faz brincar
A capa é poder
A capa é imaginação,
A capa é imagem e ação
A capa é super poder
A capa é poder de transformação
capa da leveza
A capa que sai para dançar A capa que ganha ar A capa feita de ar A capa que quica
Lisboa, abril 2019
capa vento na rua da P alma
Lisboa, setembro 2019
O avesso a capa protetora é
CAPA ABSORVENTE
A capa quer absorver falas, conhecimento, vivências, experiências, cidade, textura, temperatura de chão
Rio de Janeiro, agosto 2018
A CAPA CORRENTE
A capa do peso
O peso de ser
Internaliza
Externaliza
capa da panelinha
Surgiu para adentrar a Escola de Artes Visuais e dialogar com um sentimento de não pertencimento a grupo algum, não pertencer a panelinha alguma, uma relação de estar no meio, nem dentro e nem fora. Essa também é uma capa sonora.
Nesse momento no Brasil também estávamos vivendo uma situação que bater panela era uma forma de comunicação. As pessoas começavam a bater panela nas suas casas quando escutavam algum politico
Rio de Janeiro, maio 2018
capa da doçura
Uma tentativa de me adocicar.
Rio de Janeiro, junho 2018
capa da doçura 2 - capa sonho de valsa
Rio de Janeiro, fevereiro 2020
Os registros foram todos feitos pelos transeuntes e enviados para mim pelo whatsapp.
Sejam bem vindxs ao
Experimento a distancia (com ou sem crase no a)
Tempo e Espaço deslocados
Eu aqui no Rio de Janeiro
Voces aí em Lisboa
Eu algumas horas antes do relógio do c.e.m
Nós no mundo nesse mesmo agora
Eu numa estação
Vocês em outra
Nós na mesma estação
Eu hoje escrevo dia 24 de janeiro de 2020 no meu caderno,
Eu nesse outro hoje dia 27 de janeiro de 2020 escrevo esse email nesse computador,
e no dia 31 de janeiro de 2020, no horário do espaço experimental estarei indo ao correio do Rio de Janeiro e deixando lá uma caixa.
Aqui dentro:
Famíla, Olhos, Keamor, Ouvidos, Mãos que pegaram uma espiral no chão, Gosto do carnaval, Cheiro de maresia e um vazio repleto de ar, aquele capaz de abraçar e adentrar qualquer corpo.
Esperança na mudança: sequestro, roubo, desfrute, interferências, renovação, ou o que vos apetecer.
Aguardo um retorno através de uma nova mesma caixa.
Desvios são muito bem vindos e estão convidados nessa travessia de volta.
Se alguém estiver vindo pro Brasil, mesmo outro estado e quiser mandar pelo correio
ou se alguém conhecer um alguém que estiver chegando pelo Rio de Janeiro em corpo e provocar um encontro reconhecido porem de desconhecidos,
se quiser fazer alguma parada pela Europa... caminhos possíveis, escolhas.
Uma nova rota com escalas em lugar e pessoa é de interesse do experimento.
Multifurcações diversas.
Podemos experimentar?
Desde já agradeço quem estiver lendo, brincando, corpeando, abrindo, sentindo a minha pele, fechando, Transportanto
Transportando.
Aqui vai meu com tato (azulabula@gmail.com/ +5521988443202)
Pode deixar que arco com custos de correio quando e se necessários.
até!...
ana eugenia azuLABula